Lost Feelings

Lost Feelings
Sonhar é amar, sonhar é ser criança, sonhar é ter esperança...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Choro em palavras


Choro em palavras


Eu choro, eu grito, eu TENTO, eu faço com que aconteça mas ninguém vê…


Pergunto-me se vale a pena viver, já que não sou nada nem ninguém, já que sou zero, já que sou sempre chamado pelos nomes dados aos defeitos, será que não tenho nenhuma qualidade, será que tudo o que faço não é agradável, será que sou assim tão mau?


Então peço a quem tem esse poder que me mate, assim não estorvo a vida de ninguém, assim o mundo seria mais feliz sem menos um indecente pelas ruas, sim, indecente, pois eu não sou importante, será que até para Deus eu não valho nada?


Questiono, o porquê de acontecer isto comigo, tudo o que há de mau em mim sobressai, ninguém vê o bom que eu tenho, nem mesmo eu já consigo ver nada de bom, estou farto desta opressão, desta imposição que criam em mim, pensam que estão certos mas não sabem nada, não sabem o que eu sinto, não vêem o que eu vejo, não procuram aquilo que eu procuro, como, mas como posso eu agradar alguém?


EU GRITO, POR AJUDA, mas ninguém vem, eu grito de desespero, eu penso que estou bem, mas não estou, eu preciso de tanta ajuda…


Alguém por favor, alguém, não sei quem mas alguém, por favor, alguém que me ouço por meio destas linhas, destas palavras, destes sentimentos, eu queria tanto ser feliz, porquê que isso só está ao alcance de alguns?


Por vezes posso estar mais feliz do que qualquer um, mas por detrás deste sorriso tenho tanto medo, tanto desespero, tanta angustia, causado pela opressão, às vezes sinto que a minha cabeça vai explodir, e o meu coração para, às vezes desejava que isso fosse possível, às vezes é isso que se torna o meu sonho e o meu maior desejo, pode parecer estranho eu ser apenas um adolescente, e mostrar todos estes sentimentos, a única coisa que me faz continuar é saber que existe a “mil e uma” pessoas piores, mas bem piores do que eu, é por isso que ainda cá estou, embora seja vagabundo, andando, deambulando, tentando cuidar dos outros como se fossem uma pétala duma rosa e a minha, faço o que as mão fazem quando tocam no fogo, de mim fujo, fico no abstracto, descendo uma vez de vez em quando, tentando voltar, mas não me deixam, queria tanto ser uma criança outra vez, queria que alguém olhasse para mim e visse algo de bom, não visse apenas o mau que pelos vistos é o que sobressaí, afinal serão estes os problemas retratados na época conturbada da adolescência? Serão estas perguntas, o saber se vale a pena ou não, o quem sou eu, o que faço aqui, afinal quem me dá a resposta a essas perguntas?


Eu não as consigo encontrar, por mais que procure, por mais que tente, por mais que me esforce, ninguém vê, nem consigo encontrar as respostas que tanto procuro.


Sinto me estranho, um foragido da realidade, um tolo no tempo, um parvo num lugar, sozinho no mundo, um incompreendido, um sem valor, um Zé ninguém…


De tudo o que é mau que se conheço e eu conheça, em todo o lado me vejo um pouco, tudo o que é bom que se conheça e que eu conheço, em nada me vejo, isto não é uma questão de auto-estima, é uma questão de realidade, de saber o que se é, e para tantos e pessoas especiais me dizerem constantemente isto parece me que seja assim e já não tenha mudança.


Por isso eu grito por socorro, por ajuda, eternamente, mesmo que ninguém venho, ao menos liberto a raiva o rancor de ter nascido, a angústia e a frustração de não poder ser feliz, a euforia de querer deixar o mundo para trás e não poder, morte no pensar, um bastardo incrédulo…


Queria tanto experimentar do amor verdadeiro, nem que fosse só uma pitada, queria que algo assim de muito bom me invadisse, nem que fosse por escassos segundos deste tempo acelerado, iria me sentir a melhor pessoa do mundo e nesses segundos o mais feliz de todos, alguém em aponta e diz me onde isso está, não sei em que direcção ir…


Estou perdido, forçado a viver uma vida que não quero, penso que me posso comparar a um belo pavão preso numa gaiola de um periquito, porque mesmo que ache que não, e todos me digam que não, no meu inconsciente sei que sou melhor do que dizem, sei que sou mais do que o que penso que sou, sei que merece oportunidades e sei que sou bom em algo, sinto que tenho tanto para dar, já que a sociedade e muitos me fazem guardar o amor, o carinho, o que tenho de bom, sou forçado a viver disto, se ao menos soubesse como dar a volta, se ao menos tivesse asas para poder voar bem longe daqui, sobrevoar os montes onde a natureza habita, onde a criação de Deus continua intacta sem a destruição da mão do homem, voar sobre o mar e ver a sua ferocidade, voar pela correntes de ar e sentir a sua frescura e os cheiros intensos de lados estranhos, conhecer o interior do mundo, fazer me parte da mãe natureza, sentir-me a ela ligado, só queria voar, voar, voar…


Deixo a cabeça para trás pois o raciocínio estraga a beleza das coisas que são belas, voo de coração aberto, deixo a língua para traz para não saber falar e então não magoar, levo comigo apenas uma expectativa, a esperança de ser feliz…escrevo, escrevo, escrevo, peço, peço, peço, imploro, imploro, imploro NÃO ME JULGUEM, não me tratem mal, estou farto de tudo isto, estou farto de estar preso, de querer sonhar e não poder, de querer voar e não conseguir, de estar preso a vícios, de estar preso ao mundo, de ter um “force” na minha vida, que não passa duma sobrevivência exagerada…


Queria tanto ser aceite, não ser gozado, nem apontado, de que tivessem consciência daquilo que eu sou, queria TANTO que isto pudesse ser possível, mas, parece que não passa duma ilusão, ou será mesmo o “destino”, seremos mesmo umas marionetas nas mão de alguém, então alguém sabe como se engana o destino, ou onde cortar as linhas que nos controlam?


Quando estou sozinho é quando melhor me sinto, é quando ainda posso ser um bocadinho de mim, pois ponho-me a escrever, enquanto choro, e soluço, ponho me a escrever, quando a bolha narcísica rebenta e remete-me para um estado de felicidade momentânea, escrevo quando sinto que dou tudo o que tenho, ao menos as letras não me julgam, não me impõem regras, não me dizem como, não nada, limitam-se a ver, e a respeitar, a fazerem ideias, frases e palavras, é por isso que as palavras tanto me seduzem, sem amor-próprio, sem esperança de nada, dependentes de algo sem maldade, palavras incomensuráveis, vai e vem, anda há deriva como um pequeno barquinho num meio dum grande oceano tempestuoso, mas este barquinho com nada se preocupa, pois está seguro em si mesmo, pois acredita naquilo que sente, pois não se deixa ser intimidado pelo mar, ai barquinho, queres me tu dar a tua vida?


E tu palavra importaste de sair cá para fora e dar-te a conhecer ao mundo?


Sinto me tão perdido, disfarçado entre gentes, difundido entre ideias, queria que o mundo acabasse com o sofrimento existente, queria que houvesse mais do bom, do amor, do carinho, da amizade verdadeira, e não apenas da esperança destas palavras que dia após dia parecem somente isso palavras com um significado, nada mais, onde estão, onde estão sentimentos puros, sem interesse, onde estão pessoas, gentes que me possam alcançar com boas vibrações, com boas coisas, coisas de que tanto preciso, quem me vem ensinar o que é o que é ser e o que se sente quando se tem a felicidade, esta felicidade de que falo não é a da bolha narcísica, longe, muito longe, mas sim daquela em que encontramos a paz na nossa vivência, onde este mundo tão grande fica pequenino.


Quão fundo toco eu em alguém?


Quanto valo eu para alguém que me ache especial?


E esse alguém haverá?


Quantas pessoas choram por mim se eu morrer, quantas pessoas se sentam ao meu lado e choram comigo, quem tem essa coragem?


Quem, quem, quem, se, se, se, condições e mais condições, eu estou rodeado por isto, quero sair, alguém me indique o caminho, alguém?


Queria tanto ter a coragem, a ousadia para sair, para ir e não voltar, esquecer tudo, e começar uma vida nova, sem mentiras, sem falsidades, sem esperança, pois não vai ser necessária, começando uma vida nova e esquecendo tudo, pois, a esperança e o sonho fundem-me na realidade tornando possível tudo o que sempre quis…


Só queria ter coragem e ousadia para fazer isso, queria ser eu mesmo, queria ser respeitado, queria ser eu a dizer alguma coisa um dia, até lá continuo com a minha tola esperança guardada num pequeno cantinho do meu coração situado no inconsciente, quero um dia SER E EXISTIR, QUERO PODER SONHAR E VOAR, QUERO SÓ POR QUERER, QUERO VIVER…



MIGUEL ÂNGELO

3 comentários:

  1. Estou a ver... A vida é gerúndio: não se vive, vai-se vivendo, não se ama, vai-se amando. É isto que angustia. Não se é feliz, vai-se sendo. Bem vindo ao clube dos humanos.

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  2. Existe tanta gente boa por aí... Agarra-te as pessoas que sabes que gostam mesmo de ti. Epah eu não sou a pessoa indicada para te dar conselhos, mas não desistas nunca de procurar por pessoas que te façam bem e te tratem bem.Atenção àquelas que apenas fingem...
    Há pessoas que vêem mas não sabem como ajudar...

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  3. simplesmente adorei a maneira como te expressas
    só lamento que vejas a vida dessa forma e que te sintas tão desesperado, mas lembraste sempre de uma coisa NADA NA VIDA ACONTECE POR ACASO e por vezes todas as situações pelas quais passamos ensinan-nos sempre algo de bom, só tens que saber tirar proveito e aprender co todas essas mesmas situações.
    Gosto muito da maneira como te retratas embora seja muito triste par um jovem de 18 anos e se um dia precisares dessa pessoa que te pode dar a mão ñão te esqueças que eu estou aqui. Continua a escrever

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