Lost Feelings

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Sonhar é amar, sonhar é ser criança, sonhar é ter esperança...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cidade da minha infancia preciosamente perdida






Cidade da minha infância preciosamente perdida



Bem, tudo começou há muitos anos, enquanto eu era moldado no ventre da minha mãe, depois disso, nasci, e fui crescendo desenvolvendo várias capacidades e sendo bombardeado constantemente com novas informações, acerca do novo mundo, fiquei pasmado, tanta gente ao meu redor, tanta ternura em mim só, tanto carinho, tanta coisa boa me davam, era feliz contente com o que vivia, despreocupado, sem responsabilidades, longe das hierarquias, das preocupações, voando na real liberdade, livre como um pássaro que voa e vai onde quer, essa era a liberdade que eu vivia enquanto crescia da fase de bebé para criança, foram tão bons esses anos, onde tinha tudo o que é preciso, e essencialmente tinha aquilo que todos procuram mas poucos encontram paz e felicidade as duas juntas, andávamos de mão dadas como se fossemos um só, não tinha vergonha de nada nem ninguém, chorava, ria, pulava, brincava, sem preconceitos, com o conceito de pureza bem definido em mim, eu era aquilo que agora desejo ser, livre.



A cidade onde vivia, era feita por mim, não via mal em ninguém, causava risos, sentia me seguro, dava alegria e tirava a tristeza, algo nesta idade em que vivo parece ser cada vez mais impossível, mas continuo a ter uma qualidade de quando era criança, a esperança, e isso ninguém me há de nunca tirar, gente com uma só palavra tira-me a vida, com uma só palavra tira-me a família, afasta-me donde eu vivo, tortura-me, mas a esperança é algo que podem tentar lá chegar mas nunca irão conseguir é meu e só meu, um cantinho especial que guardo desde a minha infância onde sonhar não é proibido, onde pairar sobre as nuvens é possível, onde o impossível se torna realidade, onde a imaginação não tem limites, velhos tempos esses, que vivi em criança, onde a coragem nunca me falhava pois não conhecia o mal, onde a ousadia rulava onde a minha cidade, cada vez mais se tornava num império de um diamante em bruto, tudo era perfeito e bom, aquela sensação, aquele bem-estar, aqueles sonhos, aquela perfeita harmonia, aquela incompreensão pelo mundo, mas aos poucos e poucos o meu império foi se desmoronando, com o passar dos anos, até se tornar novamente numa cidade e “desevoluir” para uma casa, casa essa que vivo hoje, devido há minha cidade preciosamente perdida, o que eu não dava para voltar ao dia dos primeiros passos, há construção duma casa, depois de uma aldeia, duma vila até chegar a uma cidade atingindo o seu auge como império, loucas, loucas são as minhas saudades, espero um dia poder viver tudo de novo, e passear por entre as estrelas, viajar com os cometas, ir mais além, passear por entre as folhas secas e ver na Primavera a força da natureza, quero sonhar, sonhar, sonhar, tal como sonhavam na minha cidade…

2 comentários:

  1. Miguel obrigado pelo teu comentário. Do que li aqui na prosa dos teus sentidos a poesia anda no ar, ou no mar dos teus sonhos... Continua pois,a seguir os sonhos e as ilusões.. abraço

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  2. Há algo em si que quer despontar. Miguel, insista, vai descobrir...

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